Rede MTI promove oficina sobre “Seca extrema e monitoramento independente no contexto das mudanças do clima na Amazônia”
Rede MTI promove oficina sobre “Seca extrema e monitoramento independente no contexto das mudanças do clima na Amazônia”
Oficina com lideranças comunitárias, representantes de organizações da sociedade civil e pesquisadoras(es) debate impactos da seca extrema de 2023-2024 em territórios coletivos na Amazônia e o papel do monitoramento independente frente às mudanças climáticas.
No dia 12 de fevereiro, a Rede de Monitoramento Territorial Independente (Rede MTI) promoveu uma oficina presencial sobre “Seca extrema e monitoramento independente no contexto das mudanças do clima na Amazônia”. A atividade, conduzida pelo FGVces em parceria com o Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão Socioeconômica da Amazônia da Universidade Federal do Oeste do Pará (GEPESA-Ufopa), foi realizada em Santarém (PA) como parte do X Encontro de Economia (X ENECON) da Ufopa.
A iniciativa teve como objetivo fomentar o intercâmbio de experiências e o debate qualificado sobre os impactos da seca extrema de 2023 e 2024 em territórios coletivos, bem como discutir a importância do monitoramento independente e das estratégias cotidianas mobilizadas pelas comunidades atingidas para enfrentamento das mudanças climáticas na Amazônia. A atividade reuniu 26 participantes, entre os quais lideranças comunitárias, representantes de organizações da sociedade civil e de instituições de pesquisa das Bacias do Tapajós e do Baixo Amazonas.
Créditos: Samela Bonfim (SAPOPEMA).
Na ocasião, os participantes realizaram um mapeamento coletivo dos principais impactos da seca sobre os territórios atingidos. Entre os impactos discutidos, merecem destaque a escassez hídrica e a redução histórica no nível de rios; a elevada mortalidade de peixes e as ameaças às áreas de pesca; a perda de sementes e de cultivos agrícolas; o grave cenário de insegurança alimentar; a redução significativa na renda das comunidades; interrupções do transporte fluvial e isolamento de comunidades; e entraves para garantia de direitos e acesso a benefícios sociais.
Créditos: Samela Bonfim (SAPOPEMA).
Em seguida, a oficina contou com uma apresentação realizada por José Edinaldo da Silva, do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Oeste do Pará e Baixo Amazonas (MOPEBAM), e Antônio José Bentes, da Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (SAPOPEMA), sobre a experiência de monitoramento independente dos impactos da seca em territórios de comunidades pescadoras e construção coletiva da nota técnica “Panorama da Seca Extrema, no Baixo Amazonas, Pará”[1] para incidência sobre o Estado. A mobilização resultou na conquista do Auxílio Extraordinário Pescador[2] para pescadores do Baixo Amazonas (PA).
A oficina contou ainda com uma troca de experiências sobre as ações mobilizadas por famílias, comunidades e organizações para enfrentar os impactos da seca extrema e fortalecer a resiliência climática, a partir da construção de uma “teia de fortalezas”. Os participantes também apontaram caminhos para enfrentamento de futuras secas e outros eventos climáticos extremos, que perpassam o atendimento às demandas históricas das comunidades e o fortalecimento de redes para ação coletiva.
[1] Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (SAPOPEMA); Associação do Movimento dos Pescadores do Baixo Amazonas (MOPEBAM); Colônia de Pescadores e Pescadoras Z-20. Nota Técnica: Panorama da Seca Extrema, no Baixo Amazonas, Pará. Santarém (PA): 2023. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/1MQU1rMKbIC4cL6ukdRG1EbpLTzUYA1hk/view?usp=sharing>. Acesso em: 20 fev. 2025.
[2] Benefício social de parcela única, no valor de R$ 2.824,00, destinado a pescadores artesanais em municípios sob emergência por seca ou estiagem localizados no Amapá, Amazonas e Pará.