Rede MTI participa de painel sobre seca extrema e queimadas, organizado pelo MPF, na Zona Verde da COP30

Rede MTI participa de painel sobre seca extrema e queimadas, organizado pelo MPF, na Zona Verde da COP30

Realizado em Belém (PA), evento reuniu lideranças comunitárias, instituições de pesquisa e representantes do setor público para debater justiça e enfrentamento climático no contexto de secas extremas e incêndios na Amazônia.

 

No dia 17 de novembro, a Rede de Monitoramento Territorial Independente (Rede MTI) participou do painel “Secas extremas e queimadas anuais na Amazônia”, promovido pelo Ministério Público Federal (MPF) na Zona Verde da COP30, em Belém. O evento reuniu lideranças comunitárias, representantes da sociedade civil, pesquisadoras(es) e representantes do setor público. A atividade teve como objetivo promover debates sobre caminhos para o enfrentamento a secas extremas e queimadas em territórios tradicionais na Amazônia.

Mediado pela procuradora regional da República Sandra Kishi (MPF/SP), o painel contou com apresentações de Alessandra Munduruku (Povo Munduruku), Kátia Gavião (Povo Gavião), Eric Macedo (FGVces), Paulo Nobre (INPE), Luciano Loubet (ABRAMPA), Thais Santi (PR-Santarém/PA), Talita Gonçalves e Silva (DPE-SP), Marco Antonio Delfino (MPF/MS), Gabriela Puggi (PRM-Marabá) e Eliana Torelly (6ªCCR/MPF), entre outras.

Na ocasião, os palestrantes destacaram como principais desafios a sobreposição de vetores de pressão sobre os territórios e a desproporcionalidade dos impactos das mudanças climáticas, que atingem sobretudo povos indígenas e comunidades tradicionais. Entre os principais caminhos para a garantia da justiça climática, os painelistas reforçaram a importância do manejo integrado do fogo e a construção de diálogos efetivos entre sociedade civil e poder público. Ressaltaram, ainda, a necessidade de participação plena e ativa de povos e comunidades em processos decisórios, bem como a centralidade de conhecimentos, práticas e modos de vida tradicionais para a conservação do bioma e prevenção a eventos extremos. Por fim, enfatizaram a relevância da demarcação de terras indígenas, da titulação de territórios quilombolas e da proteção de territórios tradicionais como estratégias centrais de enfrentamento à crise climática.